quarta-feira, janeiro 04, 2012

Doce Ilusão - primeira parte

Ola minhas queridas e queridos, apresento vos uma pequena historia, criada pelas administradoras do Blog, Iremos postando pequenas partes para vocês lerem, comentem e deixem a vossa opinião. Bigada


- Ashlin! Ashlin! – gritava eu pela minha melhor amiga, enquanto corria e corria. – Ashlin onde estás? Responde! – não obtive resposta.
Continuei a correr com todas as forças que ainda me restavam. Estava à tantas horas a correr que já me doíam todos os músculos do corpo. As pernas começavam a falhar.
- Ashlin, onde estás? Tens que vir comigo! – o desespero começava a tomar conta de mim. Tentei invocar as minhas asas, mas também elas estavam exaustas, e eu tinha força para suportar o seu peso. Voltei a “guarda-las”. Um grito fez-se ouvir bem ao longe. Algo estava mal. A direcção. Eu estava a seguir a direcção errada. Que raiva. Não bastava estar há horas a correr naquela maldita floresta, se não ainda, estar a seguir a direcção errada?
- Vais paga-las, Ashlin! Se não estiveres morta quando te encontrar, eu própria te matarei! – gritei para o ar na esperança que aquela fada ranhosa me ouvisse.
Comecei a correr na direcção de onde vinha o grito. Passados poucos minutos deparei-me com um desfiladeiro. Ter-me-ia enganado na direcção outra vez? Olhei em meu redor. Uma ponte. Caminhei até ela. Outro grito, desta vez mais perto. Recomecei a corrida.
Estava precisamente a meio da ponte quando uma tábua se partiu e me fez cair. Ia morrer. Ia mesmo morrer, não valia a pena invocar as asas outra vez, só serviria para ficar com mais esses ossos partidos.
Oh Deus! Oh Deus! Aquilo ia doer! Comecei a gritar! E…
Uma dor no braço fez-me abrir os olhos. Estava estendida no chão do meu quarto, completamente enrolada nos lençóis. Estivera a sonhar. Foi só um sonho. Levantei-me e sentei-me na cama, olhei para o despertador. Este ia tocar em: Três. Dois. Um. Mais um dia de aulas!


***

Mais um dia que começava, mais um dia de aulas, o suficiente para me irritar, não é que eu fosse as aulas, não eu não precisava disso. Para que serviam as aulas aos Demónios? Introdução a quebrar uma alma? Química de desfazer um anjo? Multiplicação de Demónios?
Por todos os Infernos, não ensinavam nada disso, o que por sinal eu também não precisava, sou Rondero, o Demónio sem alma, o monstro que ninguém se aproxima ou faz frente. Nem o Director deste colégio insuportável me contraria.
Em tempos eu fui o Senhor das fadas, um príncipe se assim quiserem chamar, depois daquela noite daquela noite, a noite em que Baltazar apanhou-me, a noite em que perdi a minha alma e me converti em Demónio… a noite em que perdi a minha “querida” e “doce” Flor, a fada mais bela de todas as fadas, irónico não é? Quando damos tudo o que temos e mais a lua, para no fim descobrir-mos que a nossa fada anda no marmelanço com o filho de Baltazar, sorrio cinicamente ante a memoria esquecida.
Regra nº 1: Nunca confies num Demónio, pois ele não cumprirá o prometido e isso foi o que a Flor descobriu… ela queria poder, beleza, queria tudo e todos as seus pés, em troca teria de trair a sua raça, as fadas, mas caiu. Caiu quando entregou o meu pai, Senhor Superior das Fadas e entregou me de bandeja ao inimigo. Trágico fim o dela.
-Ron?
-Que queres Demo? – Demo era o único Demónio ao qual eu tolerava a sua presença
-Não irás as aulas hoje? Ouvi dizer que veio a semana passada uma fada nova para o colégio.
-Já te disseram que o teu correio da manha nunca chega a horas? – ele dá um passo atrás quando eu deixo de estar agachado, levanto-me ficando com um metro de noventa mais coisa menos coisa, abafando a altura dele, para Demónio, ele é muito pequeno, tendo apenas um metro e setenta.
-Mas não sabes que a Vitoria, anjo e melhor amiga de Ashlin , anda com pesadelos… parece que a amiga vai ter problemas.
-Ho sim, vai. – dou um sorriso que faria até uma arvore morrer de medo. Porque ninguém neste colégio ficará a salvo. Está na altura de acabar com todos eles e tomar o poder absoluto. – sorrio de novo e desapareço
Pouco depois chego a porta da entrada da sala de aula, onde Ashlin, está sentada já, mas a amiguinha ainda não, entro para a sala, que caí em silêncio absoluto.
-Honra-nos com a sua presença Rondero.
-E se enfiar o sarcasmo por um certo sitio que ambos sabemos? – digo virando me para o professor, fazendo este encolher-se, encaminho-me depois ate ao meu lugar no fundo, dando-me uma visão da sala na sua totalidade, arrasto a cadeira e assento-me, esticando as pernas por baixo da mesa e cruzando os tornozelos .
-Show time. – digo entre dentes. Pois está na hora de cativar Ashlin para no fim destrui-la. Vejo ela olhar para trás e olhar para mim, sorrio para ela acenando com a cabeça em forma de cumprimento.
-Bom dia, desculpe o atraso professor Horácio. – diz Vitoria entrando de rompante na sala. Este olha para o relógio e para ela.
-Um minuto atrasada menina. O que faz atrasar a minha aula.
-E serão muito mais, se só se preocupar com um minuto e não começar a aula. – digo observando as minhas unhas e depois olhando para ele, não é que eu seja defensor e tudo mais, mas sempre funciona para cativar as miúdas e tal, nunca vou perceber o porquê. Pelos Infernos, não mesmo!! Vejo Ashlin sorrir em forma de agradecimento pela amiga e a amiga de boca aberta a olhar para mim.



Rondero (Demónio)

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