segunda-feira, janeiro 02, 2012

Entrevista com Andreia Ferreira

Olá de novo, e mais uma vez como o prometido e devido, trago-vos a Entrevista com a nossa querida Andreia Ferreira.




1º Fala-nos um pouco de ti.

Sou nativa caranguejo com todos os defeitos e virtudes designadas ao signo: Complicada, diferente, altruísta, sensível, caseira, imaginativa e por aí adiante.
Quando penso, penso outra vez e mais uma antes de agir. Só tendo a atuar quando encurralada com a decisão; detesto tomar decisões e detesto estar indecisa; estou muitas vezes confusa.
Vivo a minha vida e o meu próprio mundo com intensidade semelhante, contudo às vezes perco-me na imaginação.
Vivo para a minha família e para os meus amigos.
Sou eu mesma sempre, uma vez que sou tão mutável como qualquer ser humano deve ser.
Não acredito na frase "sou assim", porque eu era assim sempre ha um segundo atrás.
Escrevo por amor, por paixão, por necessidade de expulsão das ideias que me rodeiam constantemente.
Gosto de escrever de forma a fazer o leitor sentir.

2º Qual o teu autor/a favorito?

Não uso disso. Sou uma leitora ávida e não posso destacar nenhum porque leio de tudo um pouco.
Não há justiça na comparação de géneros logo, não menciono o melhor de x uma vez que y também está no mesmo patamar, porém num género que não me agrade.
Nomes, no plural, cito com prazer: George Martin, Eça de Queirós, Charlaine Harris, Anne Rice, Scott Westerfeld, Paulo Coelho, Charles Dickens, Juliet Marilier...
E muitos, muitos mais.

3º Livros que mais gostas? E o que mais te marcou?

"Os filhos da droga" abriram-me os olhos muito jovem para um mundo que desconhecia; a saga do Harry Potter mostrou-me o que era a fantasia e o prazer que dela advém; a Entrevista com o vampiro deu-me a conhecer os vampiros; a trilogia Sevenwaters mostrou-me a maravilha da época medieval com magia e recentemente Martin ensinou-me o que são personagens perfeitamente imperfeitos.
Sem desdenhar os clássicos que deixam sempre um fiozinho de moral na última linha das obras.

4º Tens algum livro que recomendarias?

Recomendo a lerem de tudo um pouco. Aconselho a analisarem o estado de espírito e escolher algo que se adeque ao que ele vos pede.
Querem rir? Leiam "Maldito Karma". Querem entrar num mundo novo? Escolham Martin ou Marilier. Querem passar o tempo? "Conspiração 365". Querem algo duro que vos desafie? "Frankenstein", "O crime do padre Amaro", "Todos os nomes" de Saramago, "Oliver Twist".
A literatura cabe em todos os nossos desejos.

5ºComo surgiu a ideia para este livro e Em que te inspiras-te?

A ideia surgiu com os típicos terrores noturnos de infância, a dita presença no quarto.
Inspirei-me na vida e nos sentimentos menos felizes, nos filmes de terror que vi ao longo destes meros 24 anos e no dia a dia.
Grande parte do livro foi escrita em pública, pois os movimentos humanos são fontes ricas de inspiração.

6º Identificas te com alguma personagem?

Identifico-me um pouco com todas.
Carla sofre do meu alheamento do mundo porém, não caio em exageros, nem me entrego tão facilmente às pessoas.
Raquel tem a minha sensibilidade e a minha capacidade de acreditar nas pessoas e a Ana, o meu mau humor.
Caael é o homem que me ultrapassa com tanta evasão e meias palavras. Os sumiços são uma cruz negra sobre ele. Não somos, de todo, compatíveis.
Miguel é demasiado perfeito e Daniel demasiado imperfeito. Ricardo... bem, isso fica para o próximo livro.

7º Com que idade começaste a escrever o Soberba Escuridão?

Precisamente em 2010 durante uma aula.
"Vou escrever uma história que me está na cabeça há imenso tempo" - Disse eu com entusiasmo patente na voz à minha colega do lado.
Comecei a traçar esquemas e linhas cronológicas, notas de capítulos e no fim, a história escreveu-se a si mesma fugindo a todos os meus pré-requisitos.

8º O que sentiste ao escrever este livro? E ao vê-lo publicado?

Senti tudo o que as personagens sentiram, ou pelo menos tentei.
Vivi esta história durante um ano. Adormeci com ela, almocei e e jantei com ela, via-a em tudo que fazia.
Quando foi publicada pensei que ia saltar e festejar como se fazem nos filmes, em vez disso fiquei apática a encarar o livro e a convencer-me de que era real. Às vezes ainda faço isso.

9º Estas a pensar em escrever outro livro com continuidade da história?

Sim, a continuação já está em andamento e bem encaminhada. Tenciono que seja uma trilogia.
Já tenho mais dois projetos em construção que aguardarão a saída do Soberba para serem devidamente analisados e desenvolvidos. Estou demasiado envolvida com a história da Carla para me dedicar já a Rui ou a Joana (nome dos outros protagonistas).

10º o que tens a dizer sobre as pessoas que criticam negativamente o lançamento do Soberba Escuridão?

O dito popular português é fantástico no que toca à justiça das respostas sem argumentos logo, digo e repito:
"Não se pode agradar a gregos e a troianos" e "Nem Deus que foi Deus agradou a toda a gente."
Respeito críticas negativas fundamentadas.

11º Conselhos para novos escritores?

Não desistam nunca das vossas obras.
Se o vosso objectivo é ser lido, força! Se é ganhar dinheiro, lamento desapontar mas a única riqueza imediata é a realização pessoal.

2 comentários:

  1. Esta é a Andreia que me faz gostar tanto dela :D não tem papas na língua, e ao contrario de alguns escritores (e não só) não diz o que fica bem dizer, mas sim aquilo que realmente pensa !

    No que me for possível, comprarei todos os livros escritos por ela, bons ou maus, toda a gente falha e quem dera a muitos que a deitam abaixo estar no lugar dela !

    ResponderEliminar