sexta-feira, março 08, 2013

Trevas da Paixão - Rafael #2

Acordo meio zonza e confusa, olho em volta para tentar perceber a onde estou e aos poucos começo a reconhecer o quarto, a onde me encontro. Sorrio para mim mesma. Levanto-me para ir ter com Diana e pedir desculpas por ter bebido demais, quando noto que estou apenas de roupa interior, olho em volta para procurar um roupão, mas nada. Pensando bem, somos mulheres e se ela me despiu, não deve ficar muito chateada se eu andar assim por casa, alias a culpa é dela, quem lhe manda não deixar nada para eu vestir?
     Por momentos vejo tudo andar a roda e sou obrigada a agarrar-me a maçaneta da porta, pouco depois, já me sinto melhor , abro a porta e caminho até ao quarto de Diana, as pequenas luzes de presença iluminam um pouco o corredor, anulando a escuridão da noite. Quando chego por fim ao quarto de Diana, noto que a porta está entreaberta, encosto a mao a porta para a abrir quando oiço pequenos gemidos, seguidos de outros dois. Por momentos sinto-me confusa, depois a curiosidade, empurro a porta de uma vez e para meu espanto Diana está no centro da cama de joelhos com Ruben por trás e Nelson na frente, fico petrificada com aquela imagem e oiço um grito, um de horror, olho para Diana pensando que seria dela, mas para meu espanto eles observam-me e no fim o grito que ouvi era meu.
     -Eloisa… - Diana levanta as mãos, como que se rende-se e aos poucos levanta-se da cama andando na minha direção. – Posso-te explicar.
     -Não… - balbulco e dou dois passos para trás, Nelson e Riben, levantam-se também e cada um mete-se ao lado de Diana. Olho para eles de alto a baixo, completamente nús e de “tendas montadas”, e que tendas, bem grandes por sinal, dou uma chapada mental a mim mesma e volto a olhar para Diana que e sorri enquanto estende a mão a espera que eu me junte a ela.
Tudo bem que é a minha amiga, e que eu a estive com homens, se bem que um de cada vez e depois nós mantinha-mos uma relação. Não assim, não com desconhecidos e ainda por cima com dois. Sinto-me cada vez mais nervosa, pois eles estão cada vez mais perto de mim, quando Nelson acaricia o meu rosto, o terror invade-me, tal como mil imagens deveras quentes e porcas, que deixam as minhas pernas bambas e o meu centro a palpitar.
     -Não… - sussurro e por momento penso se este não, não terá sido só na minha mente. Inspiro fundo e tento juntar um pouco mais de determinação nas minhas palavras, forçando elas a sair, mas esta desparece, se e que alguma vez aqui esteve. Quando sinto os lábios dele a beijarem-me, traiçoeiro como só o meu corpo sabe ser, tomo consciência de que me esfrego contra ele, incentivando-o a mais. Horrorizada comigo mesma, empurro-o apanhando ele desprevenido e fujo para fora dali.
     Oiço Diana a gritar por mim, mas nem isso me detém, a sensação de estar num sonho é tão grande que quando mais corro para chegar a porta, mais ela parece que se afasta. Por fim chego a ela e abro-a, o vento e a chuva molha o meu rosto, faz-me lembrar de que estou de lingerie, paro e viro-me para trás a onde três pares  de olhos me observam.
     -Eloisa, calma, ninguém te vai tocar. – diz Diana no tom meigo com se estivesse a falar com um animal ferido, olho para os restantes e vejo que Ruben sorri com pura malicia mas o que me assusta é o olhar de Nelson, que me observa, os olhos dele mostra que o que se passou para ele ainda não terminou. Estava sim prestes a começar!
     Sem pensar duas vezes, viro-me para a porta e desato a correr.

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