segunda-feira, abril 22, 2013

Opinião "Nas Trevas da Noite" de Deborah Harkness


Título: Nas Trevas da Noite
Autora: Deborah E. Harkness
Editora: Casa das Letras
Lançamento em Portugal: 16 de abril de 2013
Preço: 19, 71€ (wook)



            Este livro é o segundo volume de uma trilogia, iniciada com A Noite de Todas as Almas, e o romance inaugural da escritora Deborah Harkness. Para mim, é um caso de sucesso no género do sobrenatural. Neste segundo volume, as personagens principais, Diana e Matthew - bruxa e vampiro -, para conseguirem finalmente ter acesso ao Ashmole 782, um manuscrito há muito desaparecido e enfeitiçado, fazem uma viagem a Londres de 1590 – reinado da rainha Isabel I.
            A importância desse manuscrito prende-se com a própria origem das criaturas sobrenaturais – bruxas, vampiros e demónios – e poderá colocar um ponto final na animosidade entre elas. Diana, enquanto bruxa e historiadora, casada e apaixonada por um vampiro, tem todo o interesse em encontrá-lo; Matthew, o marido vampiro, cientista e igualmente apaixonado, vê a descoberta desse documento como uma revolução científica e a legitimação da sua união com uma bruxa, já que suspeita que todas as criaturas sobrenaturais têm uma base genética comum.
A viagem ao passado permitirá a Diana encontrar-se com bruxas mais experientes capazes de a orientar, já que na época moderna muitos conhecimentos se perderam. Descobre então que é uma tecedeira de feitiços, daí a sua dificuldade em controlar os poderes. Será também nesse passado que conhecerá figuras que marcaram a personalidade do seu vampiro, ajudando-a a compreendê-lo melhor, sendo que essas figuras são igualmente históricas. Como seria de esperar, o presente vai-se alterando à medida que a história progride no passado. No entanto, esta visita no tempo irá explicar alguns dos acontecimentos já ocorridos e que serão o futuro do passado em que se encontram (mas passado das personagens).
            A escrita de Deborah Harkness é fluída, os diálogos são vivos e a ação é linear. De certo modo, ficamos presos a uma história bem contada, espetacularmente bem contextualizada (recorde-se que a autora é especializada na época vitoriana), dado que são transpostos para a narrativa vários assuntos do domínio histórico, político e literário do século XVI. A realidade e a ficção misturam-se, a meu ver, de uma forma muito feliz.
            Do meu ponto de vista, a tradução está muito bem conseguida, apesar de haver algumas (poucas) gralhas no livro. Houve a preocupação de adaptar a linguagem à época, fazendo recurso a expressões portuguesas do século a que diz respeito. Quanto à capa, gostei mais da do primeiro volume, esta dá-lhe um ar suspeito de romance de cordel, quando, na realidade, não tem nada a ver.
            Como não poderia deixar de ser, recomendo vivamente a leitura aos amantes deste género de ficção e a todos os outros.

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