terça-feira, fevereiro 06, 2018

Uma Biblioteca da Literatura Universal de Hermann Hesse

Uma Biblioteca da Literatura Universal, de Hermann Hesse 
Ed. Cavalo de Ferro 
 112 pp 
 14,39€
 Os livros são fonte de satisfação, de alegrias e de conhecimento, enriquecendo a nossa vida e aumentando o valor da nossa existência. Mas quantos de nós já não nos sentimos perdidos nessa floresta densa e por vezes hostil que é o mundo dos livros e da literatura? O que ler? Como encontrar o livro que secretamente procuramos?

Hermann Hesse, escritor amado por gerações de leitores, guia-nos neste conjunto de textos fundamentais pela floresta de papel da literatura, introduzindo-nos à «magia do livro»: explica e ilustra com clareza o que significa encontrar um livro — acontecimento que pode ser tão ou mais importante do que o encontro com outra pessoa; ajuda-nos de forma simples e precisa no passo mais delicado e fundamental: a criação da nossa própria biblioteca; sugere-nos livros incontornáveis e explica-nos porque devemos travar conhecimento com eles; reflete de forma atualíssima sobre o universo da leitura e da escrita.
Um livro fundamental, inédito em português, para todos os leitores que pretendam iniciar ou aprofundar o seu conhecimento na arte subtil da leitura.

A verdadeira cultura não é aquela que almeja um determinado objectivo mas sim aquela que, como acontece em qualquer procura da perfeição, tem o seu próprio significado ínsito . (...) Entre as vias que conduzem a esta cultura, uma das mais importantes é o estudo da literatura universal, o adquirir, pouco a pouco, familiaridade com o imenso tesouro de pensamentos, experiências, símbolos, fantasias e miragens que o passado nos deixou em herança nas obras dos poetas e dos filósofos de muitas nações. Esta via é interminável, ninguém a poderá alguma vez percorrer até ao fim, ninguém conseguiria esgotar o estudo e o conhecimento da inteira literatura de um único povo civilizado, para não falarmos daquela da humanidade inteira.

Porém, por outro lado, cada nosso ingresso inteligente na obra de um grande poeta ou de um importante filósofo é uma experiência feliz e satisfatória, que acrescenta em nós não uma soma de noções mortas mas antes a nossa consciência viva e a nossa compreensão. Aquilo que nos deve importar não é termos lido e conhecer o mais possível mas sim, através de uma escolha livre e pessoal de obras-primas às quais nos dedicaremos plenamente nas nossas horas livres, fazermos uma ideia da grandeza e da abundância daquilo que o homem pensou e desejou, e de nos situarmos numa relação de vivificante conformidade com a soma das coisas, com a vida e com o pulsar da humanidade. Este é, no fundo, o significado de toda a existência que não se limita à pura necessidade material. A leitura não deve, de modo algum, «distrair-nos» mas sim concentrar-nos; não nos deve fazer esquecer uma vida sem sentido, nem aturdir-nos com uma consolação ilusória, antes devendo, pelo contrário, contribuir para dar à nossa vida um significado sempre mais elevado e mais pleno. in Uma Biblioteca da Literatura Universal (pp. 9 e 10)    


SOBRE O AUTOR
Hermann Hesse (1877–1962), prémio Nobel em 1946, é considerado um dos escritores de língua alemã mais influentes da história da literatura. A sua obra inclui romances célebres, como Peter Camenzind, Demian, Siddhartha, O Lobo das Estepes ou O Jogo das Contas de Vidro, volumes de contos e ensaios sobre arte e literatura. Os seus livros estão traduzidos em mais de 30 idiomas.

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